terça-feira, 21 de junho de 2011

O processo

A proposta de 2011 é mudar. Pois bem, mudar é o que faremos.

Mudanças nunca acontecem de maneira fácil, pelo menos para mim. Eu sofro muito para cortar o cabelo, para trocar as roupas do meu guarda-roupa, para mudar de grupo de amigos... Deixar para trás e conquistar o novo não é exatamente tarefa fácil para a minha pessoa. Quando o Edu e o Ivan me pediram isso, no começo dos ensaios, já comecei a surtar (porque é isso que as meninas do grupo sempre fazem!).

Assisti Shirley Valentine supercedo a semana antes do ensaio. Fiquei com aquilo ali em suspenso e martelando "o que é diferente? O que é diferente?". Diferente seria eu fazer a cena cantando porque ninguém merece ouvir a minha voz, então eu nunca canto. Mas isso não era o suficiente.

Lembrei-me de uma cena que eu amo fazer, mas que nunca me satisfiz com o resultado dela. O poema chama "Mágico Mirante". É lindo, mas eu nunca acerto. O que me falta naquela cena é emoção real, sentir a ponto de as pessoas acreditarem que eu larguei a peça, deixei de ser atriz e me sentei ali para conversar com o público. Tentei com um texto da Shirley. Peguei um trecho que eu curti, reescrevi e comecei a ler muitas e muitas vezes. Ensaiei cada pausa, foi como se eu me dirigisse em cada respiração, cada gesto.

Consegui. Saiu do jeitinho que eu queria. Incrível como mudar o processo funcionou. Acredito mais em mudanças, acredito mais no processo, no texto e em mim mesma. O que é muito bom. Afinal, o Teatro é feito, em partes, de acreditar.




ps: A Sutil Cia. de Teatro está fazendo uma mostra com três peças no Sesc Belenzinho. Amo o Guilherme Weber. Fica a dica.

ps2: Termina quinta a mostra dos filmes do Hitchcock. Eu sei que já perdemos quase tudo, mas amanhã tem "O Terceiro Tiro" e quinta tem "Cortina Rasgada", entre outros. Dá uma olhada no site do CCBB.

Até breve.
Beijos,
Isa

Um comentário:

Eduardo Bodstein disse...

Isso é amadurecimento... Adorei!