sexta-feira, 11 de junho de 2010

MOSTRA VIVO ENCENA DE TEATRO JOVEM estréia neste sábado Romeu e Julieta Bad Romance.


Amor é um fumaça que se eleva com o vapor dos suspiros;
Purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes;
Frustrado, é o oceano nutrido das lágrimas desses amantes.
O que mais é o amor?
A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva.
Como posso ir embora quando meu coração está aqui?
William Shakespeare
Romeu – Primeiro Ato – Cena I


O projeto Romeu e Julieta é idealizado pela Companhia Duas Casas, com concepção de encenação de Paulo Maeda.
Essa peça é tida como a maior história de amor de todos os tempos... Mas é possível definir o amor? Chegar a conclusões quanto a sua utilidade e seu real motivo? Qualquer resposta estará imbuída de cunho pessoal. O máximo que se pode fazer é comparar, mostrar, exercitar o pensamento em relação ao sentimento “amor”, hoje caracterizado e massificado. O que interessa é relacionar todos os amores possíveis, discutidos, discutíveis e sintetizá-los de forma artística para que todos que assistam cheguem a sua conclusão pessoal e única do que é o amor, se ele existe ou é um ideal.
Para alguns o amor é convivência, uma junção de companheirismo, compartilhamento, entrega, amizade, carinho, desejo. Hoje o amor é rotulado como descartável, efêmero, envolvido de medo e falta de entrega, justificado como sendo fruto do imediatismo da invenção do mundo capitalista.
Romeu e Julieta possuem a intensidade e o imediatismo tão presentes na atualidade, porém sem pecar por falta de profundidade na expressão dos sentimentos, algo raro nos dias de hoje.

A encenação

Quanto ao texto, como numa colagem de Robert Rauschenberg a proposta é ter uma mistura de linguagens, de formatos, desde uma tradução mais rebuscada como a de Beatriz Viegas-Faria, a uma dramaturgia do grupo originada em ensaios – criando assim uma livre adaptação que personaliza Shakespeare para a interpretação dos atores.
Sua estrutura é bastante fiel ao texto original, mas a inovação da montagem dá-se a partir da inserção de uma câmera em cena, que capta imagens que são projetadas em tempo real e outras previamente gravadas. O gestual dos atores privilegia o detalhe captado pela câmera, visando em certos momentos uma interpretação minimalista em que os quadros são voltados para uma estética mais clássica de cinema. Ao mesmo tempo, há um jogo de câmera oposto ao primeiro, mais solto, tendo referência o movimento cinematográfico Dogma 95, com um formato mais documental.
Todo espetáculo conta com diversas referências a arte e música pop, buscando uma interessante composição contemporânea que mistura a pop-arte de Andy Warhol com a música de Britney Spears, como releitura artística, nunca uma cópia da já pasteurizada arte que permeia a juventude de hoje.
A interpretação dos atores é caracterizada pelo conceito de personagem coringa, ou seja, os atores não se fixam a apenas um personagem.
O cenário, muito colorido, conta com referências a brinquedos de meados dos anos 80, como LEGO, Playmobil, Comandos em Ação e as obras do artista Nelson Leirner.
Enfim, um Shakespeare revisitado que conta a tragédia de Romeu e Julieta com a leveza e o fervor típicos da juventude.

Ficha Técnica

Autor William Shakespeare
Direção Paulo Maeda
Elenco Bruna Vilela
Danilo Minharro
Heloísa Barrozo
Rogério Fraulo
Thiago Carreira

Cenários e Figurinos O grupo

AGENDA:

Datas: 12/junho, 19/junho, 26/junho, 3/julho

Sessão com acessibilidade para alunos com deficiência visual e auditiva: 3/julho

Serviço:
Organizado por: ARTE&EQUILíBRIO PRODUÇõES.

Local: Teatro Vivo
Av. Dr. Chucri Zaidan, 860
Morumbi – SP
Telefone: 7420-1520
www.teatrovivo.com.br

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